Do fotolog do La Carne , mister Linari
10/21/05
ROCK DE INVERNO 6 - 1ª Parte
Estávamos já há muitas semanas planejando essa descida pra Curitiba. Estamos num ritmo forte de ensaios, trabalhando novos sons para o novo CD (ainda sem nome), e não fazíamos show desde agosto. Muita expectativa em viajar, ainda mais com a presença do nosso grande companheiro Wellington "the boss" Dias (ele detesta que eu fale assim). A Vänia até descolou o carro bacana dela (Carlinho falou que parece "carro-de-cachorro-quente", pronto tá caguetado). Eu ia junto com a banda, mas ao ouvir por telefone a voz dos amigos, foi fóda esperar até sábado. Quinta feira me mandei pra rodoviária do Tiete.Saí meio dia, cheguei sete e dez. Os primos de guerra Carlão e Patrícia foram me buscar no terminal de ônibus do Cabral (acho muito playmobil essas rampa de busao dos terminal, mó barato) e fui pra casa deles. Não tem jeito, a atmosfera daquela casa é balsâmica. E o Udi e o Caco são pessoas maravilhosas. Cheios de amor e pulgas. Estou em casa.Ensaio do Sabadá, Marcelo Renatinho e Carlão. Os caras ensaiando musicas novas, e eu ali pentelhando. Vários copo de vinho. Depois me chega quem... Rubens K. Um dos melhores músicos que eu conheço (que são poucos...e o legal é que ele não tá nem ai pra isso). Umas risadas e tal, partimos eu e Rubezz pro bar Korova. Um cara que toca no Polexia tava tocando um violão elétrico (Dermites, Radiohead, Strokes, essa praia aí) e o Alan do Terminal Guadalupe fazendo batéra. Várias minas lindas, rindo, bebendo e bucetando pra cima e pra baixo. E eu ali. Dalton Trevisan. (Calma Julieta, you are the one).Aí ficamos bebendo umas cervejas. Pintou Igor Ribeiro, cool jazz transpirando pelos poros, rocknroll nas retinas...uma caipirinhas, ficamos ali falando e se divertindo. Rubens pediu uma São Francisco (eufemismo para pinga). "Eaê Linari...vai nessa:" Mandei umas três. E mais cervejas. Com o vinho então, ficou uma beleza. O saldo foi uma garrafa quebrada, derrubar copo cheio na mesa, e choramingar a morte lenta do meu gogó. Chega de falar disso. Fim da noite, Igor e Rubezz roubaram um violão e na rua lembraram velhas canções e lendas locais. Segurei a onda pra não chorar. Sério. Pinga é uma merda...Noutro dia, banheiro, ¨#(*_+*&$&%$@!+((&%##, toquei descarga e escovei os dente. Fiquei flanando até a hora do rango. Almoçamos eu, Carlão , Rubezz e Leonardo Vinhas (esse em esquema totalmente on the road). A Noite então chegou.Chegando no lendário CBGB curitibano, o 92 graus, trombei o Macoy do Cores D Flores. Quando entramos, tava tocando o Gruvox. Um coquetel de grooves, rocks, Stones turbinados. Flavio Jacobsen vestido de irmãos metralha, cantando heresias com um sorriso benjor quase nos faz acreditar que estamos em plena tropicália. Show foi muito rápido. Quem mandou eu me atrasar...Alguns drinques depois, OAEOZ está no palco. E aí os moinhos de vento ardem em chamas. Tocaram só músicas novas, e o som continua a evocar aquela beleza gélica e distante, febre melancólica, apaixonada e incontida. Fiquei atrás da pilastra, tentando entender como de uma mistura de músicos e personalidades tão diferentes consegue brotar um som tão orgânico e original. Hamilton Camarão bisneto bastardo de Nick Mason, tambores profundos. André Ramiro toca pincéis impressionistas, Carlão descarrega rocknroll e o Zóio recortando os graves, pondo os pingos dos is e dos jotas. Ivan Santos usa uma armadura de prata, óculos de grau e um violão como aríete. As músicas, novas em folha, ainda estão curtindo nos tonéis. Ganham força a cada nova execução. Da platéia, quase gritei pra eles tocarem musicas do "Às vezes céu" - sobretudo Mar Dividido. Mas achei que seria blasfêmia. Fiquei na moral.Góticos For Fun veio em seguida. Legal pra caralho, os caras com a cara toda pintada, maquiada, borrada de gliter, talco e lantejoulas. Um som tosco, alto, contagiante. Uma putaria dos diabos. Marmanjos de vestido e óculos escuro, mandando a platéia tomar no cu e terminando com o Twisted Sister mais maravilhosamente mal tocado que eu já ouvi na minha vida. Não há o que dizer do show dos caras: brilhante.Após alguns minutos, fechando a noite com chave de ouro, vieram os Cascaduras. Dava gosto de ver o publico pulando feito louco ao som de "Nicarágua", "pra você dançar" e principalmente a minha preferida, "queda livre". Os caras mandam ver. Fabio Cascadura, agora tocando baixo, tem um vocalzão poderoso e é um puta compositor. Já me disseram uma vez que o som deles parece Thin Lizzy. Mas honestamente, não conheço Thin Lizzy (se já ouvi, nem sabia que era), por isso, como diz o som, "pra mim tanto faz". O show foi impecável. Terminava a primeira noite do Rock de Inverno 6.Fomos rangar, e depois pra um bar chamado VU, tomei umas caneca de chope com os cara do Gruvox, o Carlão quis subornar o porteiro (com 10 conto!) pra gente sair sem pagar...hilário.
1 Comments:
A tentativa de suborno do Carlão é uma daquelas histórias que entraram definitivamente para o fabulário do rock brasileiro. "Escuta aqui, meu... quanto é que vc ganha aí neste teu trabalhinho? Te dou deizão pra vc liberar minha rapaziada(...)" ... ha ha ha.
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